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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Quando eles se tocavam...

Ele não a tocava mais. Não por culpa dela, ou por um motivo que ela tivesse lhe dado, se é que ser apaixonada poderia ter sido considerado um motivo, não teria lhe dado outro...
Não havia um motivo, além daquele que a vida e o tempo traz enredado na própria trama, além talvez de um segundo que fizera a diferença, que impedira o encontro verdadeiro... e agora, o sol não a iluminava mais, com seus raios dourados,como antes.
Ela seguia, mesmo assim.
Seguia, mas sentia saudades, dele, do sentimento, da alegria, da sensação de estar acima de todo o mal quando ele a vinha tocar com um gesto,com uma palavra, da certeza de estar além de qualquer erro. Ela seguia, novamente mais humana e fraca do que nunca, embora a quietude interior tivesse uma força incompreensível.
Tinha quase certeza de que agora, de um momento para o outro acordaria numa determinada manhã, com os cabelos totalmente grisalhos, envelhecida, como se o tempo todo chegasse durante uma única noite em que os seus anjos não ficassem de vigília e tivessem adormecido no colo dela, cansados como ela. Ela sabia que agora, tinha finalmente ficado velha. Não havia mais motivo para o desejo lembrar-lhe o frescor da juventude. Seu espírito aceitava o inevitável com a tranquilidade dos que se tornam sábios. Não existiam mais sonhos, e desejos melhor não tê-los! Apenas viver...embora viver não fosse menos importante, amar trazia em si a experiência da eternidade e dava um sentido mais pleno ao viver.
Apesar disto, não compreendia como seu coração ainda pulsava e batia em descompasso quando, ainda que sem nenhuma palavra vinda dele, um pequeno sinal mostrava que ele, mesmo distante onde estava, tinha naquele dia olhado pra ela. Por aquele sinal ela sabia que ele tinha estado com ela, por alguns segundos e isto bastava para fazê-la sorrir. O sorriso lhe vinha aos lábios ainda que o olhar continuasse com a tristeza dos que se deparam com o irremediável. A esperança inocente havia se perdido, talvez para sempre.
   Nossa! que pena me dá destas coisas que acontecem neste mundo tão real e cru, e onde nós complicamos ainda mais quando desperdiçamos o que é verdadeiro porque nos parece tão frágil e sem propósito. Porque somos incrédulos demais para o que é puro, nos tornamos cínicos, mentirosos ou anestesiados. Sentimentos presos em armaduras, em nome da sobrevivência somos por vezes, inconsequentes, inconsistentes, humanos demais diante de lampejos de sentimentos que lembram o que é divino! E embora desejássemos mais do divino em nossa vida, nos parece que agir ao contrário, ou é loucura ou ingenuidade demais! Será louca, ou doente? tão carente, a sensível, que tão pouco lhe baste?
   Talvez não seja o que lhe baste, mas apenas o delicado momento em que nada se pode explicar, nada é possível querer do que não se pode alcançar, nada além de presenciar um exato momento qualquer em que um milagre acontece, porque duas almas se permitiram tocar.

Texto e foto: Vera Alvarenga


quarta-feira, 16 de junho de 2010

- "Futuros Amantes..."

Maria Marçal, minha amiga, escreveu uma bela crônica sôbre os 90 minutos de um jogo de futebol e os relacionou com as chances que a gente deixa passar na vida,ou nos relacionamentos... e às vezes o tempo passa eternamente...
Em alguns casos, concordo com ela quando sugere que, é melhor a gente resolver as coisas num limite de tempo,como num jogo...ou ficaremos sempre adiando...
 Mas há momentos em que aquela alegria que temos para viver, fica ali, apenas em potencial em nós, ultrapassa os 90 min.,e nos acompanha como um sorriso que ali temos escondido no mais profundo da nossa alma e talvez, faça parte do imaginário e da energia que impulsiona o coletivo em busca do amor... É difícil conseguir realizá-lo completamente, principalmente quando é aquele primeiro em que a gente se deixou levar, e com ele aprendeu tanta coisa, e de tanto aprender quem sabe esquecemos como é amar! Felizes os que conseguem realizá-lo completamente por ser correspondido, como Chico diz aqui em sua música, em todo o seu potencial, nos minutos que tem o jogo da vida para jogar...
Felizes os que conseguem uma nova chance de realizá-lo de uma forma mais leve e se deixam fluir com ele, inteiramente, e tudo parece se encaixar...  Do contrário, o amor ou parte dele,ficará submerso...pra sempre... até que um menos tolo, num mergulho profundo no mais íntimo de sua humanidade, o venha resgatar...
Muito bonita esta música!

texto: Vera Alvarenga
música: Chico Buarque - do youtube

segunda-feira, 15 de março de 2010

- "Somente por amor a vida se refaz"...

Amo esta música e tudo o mais que possa fazer-me lembrar, que o amor é o mais lindo sentimento que podemos ter em nosso coração... por ele, tudo vale a pena... viver o amor ou apenas lembrá-lo, tê-lo em nosso coração por nossos filhos, um amigo, uma amiga, ou por aquele a quem a vida colocou a nosso lado para ser nosso companheiro.
Lutar para que o amor, de uma forma ou outra se faça presente em nossos gestos e preencha nossa vida, para que possamos repartí-lo por muitos e impregnar a tudo e todos que tocarmos, pelo menos, com um pouco da luz, que ele traz para nossa vida.
Sonhar com ele, com tudo que ele significa,em toda e qualquer forma, mesmo que ele não esteja mais presente ao nosso lado, porque sonhar é manter desperta a chama do saber amar, é lembrar o perfume ou a sensação que se sente a um toque amoroso. E lembrando, poderemos encher nossos olhos de seu "espírito" e significado e, então, poderemos ver as flores, o mundo e as pessoas, através da lente que nos faz ver além das aparências... Sómente lembrando o amor, poderemos nos confortar por não o termos a nosso lado, presente e vivo, ou ainda, porque a saudade nos afasta da pessoa amada, por um pequeno período, que seja...
Nem que seja ao espelho, olharmos com amor para a figura ali refletida, pois só quem o carrega dentro de si, pode ofertá-lo... Somente por amor, vale a pena a vida!

autoria do texto: Vera Alvarenga
vídeo : retirado do youtube

terça-feira, 9 de março de 2010

- " Quando a Alma e o Coração Reclamam..."

Por diferentes motivos e geralmente por alguma perda, às vezes ficamos muito tristes, assustados, deprimidos, o que é natural. O ser humano precisa assumir seus sentimentos, sofre-los, viver seu luto...
  Contudo, o tempo que dedicamos a isto, às vezes se alonga e a alma reclama, porque o coração sofre e ela  é sua mãe. Então nos faz um apelo para ouvirmos o que o coração tem a nos dizer.


   Só nós podemos decidir quando reagir e então buscaremos o curativo para atender ao apelo de nossa Alma e do Coração, que querem viver com serenidade e alegria, a grande aventura que é a Vida !  A partir daí, o sol brilhará de novo porque levantaremos nossa cabeça e sairemos para caminhar...
 Vera Alvarenga                              (vídeo do MILTLUC )

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