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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Inexplicavelmente...

Me apaixonei, e não compreendo,
por algo que jamais terei,
mesmo assim me apaixonei.
Este sentimento, qual desejo ardente,
ingênuo, quase indecente,
entrou em mim de um jeito
ou estava lá, contrafeito,
a espera de poder voar?
Não sei....
Me apaixonei por tuas asas,
palavras, alma carente,
pensando que te levaria alegria
e de mim, tu mesmo resgatarias
a que estava tal qual semente,
potência, vida, promessa contida.
O perfume das flores no jardim
lembra-me - a vida passa a cada dia,
nem conheço teu cheiro,
nem tocou-me mais o teu gesto,
e me apaixonei mesmo assim.

foto/poesia:veraalvarenga

sábado, 22 de agosto de 2015

O pássaro e a semente.

 Um pássaro levou a semente de meu coração e plantou em suas mãos porque, ainda que molhadas com lágrimas dele por seu próprio sofrimento, por momentos as mãos dele me tocaram com gestos fecundos...A generosidade daquele que, mesmo no impulso de se fechar para o mundo, nem sempre viveu só para si, os olhos que se levantam para ver e compreender o outro, cativam meu coração para sempre... como um imã, como se nossa alma reconhecesse uma outra na qual pode descansar ( e confiar). Assim, vivi este tipo de amor que nada mais é do que gesto fecundo em meio a solo árido.
  Há, sem dúvida, muitos tipos de amor. E muitos gestos. E o eterno, no amor, penso que é o momento em que duas pessoas se encontram para compartilhar, cada um pensando no bem do outro.
  De quantos momentos assim são feitos os nossos relacionamentos, a nossa vida?
  Tenho lembrança de muitos momentos em que meu coração se alegrou por se abrir assim para amar, e alguns raros e preciosos momentos em que se sentiu tocado desta maneira.

foto/texto: vera alvarenga

domingo, 23 de janeiro de 2011

" Mentira..."

Você veio
e com um gesto,
tirou-me de um sonho
que eu tinha, no qual
me embalava, e
me deixava ficar
feliz, enquanto sonhava
que era possível crer,
na palavra dada.
Você chegou
vestida de certeza,
e por alguma razão,
afetou a mim.
Eu não percebi,
e não escutei
quando alguém gritou,
quando vozes diziam
que era você, que zombava.
Você mostrou que sofria
e eu não podia saber
se o que lhe fizera chorar
já não estava mais ali.
Ainda tentei lhe ouvir,
confesso não compreendi.
O tamanho de sua culpa
se existe, não posso julgar.
O mal que isto tudo causou
só em mim, posso avaliar.
De meu discernimento
duvido agora, com razão,
mas sem espanto, pois
fui fiel ao meu coração.
De seus sentimentos,
livro-me do fardo e
por isto, lhe peço perdão
mas,já não consigo confiar.
De sua vida, alegria ou dor,
só o tempo lhe mostrará
o real, o falso, aquilo que
de fato tenha algum valor.                                                                       

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