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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Vende-se tudo- motivo mudança!"

-  "Vende-se quase tudo!"
Armários, poltrona,criado-mudo,
mesinhas, espelhos de mosaico,
vinte, trinta, quarenta reais !
Esculturas de mulheres nuas,
quadros, que eu mesma pintei!
Tem máscaras, que jamais usei...
Dou também quinquilharias
que já não preciso mais.
Motivo? Dos pertences me desfaço,
logo vou para novo espaço.
Lá farei outros cantinhos,
cantarei em novo compasso.

Mudar é difícil... me cansa,          
mas não me assusta.
Mudei pouco em criança,
depois, não consegui mais parar!
É oportunidade que a vida traz
quer queiramos ou não,
pra gente poder recomeçar.
Coisas boas sei que virão,
nem que eu tenha de inventar.
Frutos e flores dos meus quintais,
quem quer, quem dá mais?
Vasos, plantas, passarinhos...
Terei saudades destes bichinhos.

Só não posso me desfazer
do meu desejo de amar,
sem este, não sei viver.

Levo comigo, escondido e
bem guardado,o direito de sonhar.
Então, minha gente, "vendo quase tudo"
e contente ! Quem quer comprar?
Quem aceita, mesmo de graça,
algumas coisas que abandono?
Só não ofereço meu coração
que este, nunca esteve à venda,
e já o entreguei a seu dono.

Fotos e versos: Vera Alvarenga

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"Convite para um Herói..."

Herói! Escuta!
Não pedi para abandonares armas
enquanto ainda precisavas delas,
mas que abrisses mais espaço,
para eu poder entrar na tua vida
e desejei o teu mais terno olhar.
Lembras? Não sou eu, tua inimiga!
Sou tua companheira, tua metade,
que te lembra, dos outros, a bondade
que também vive em teu peito.
Sou mulher, não gosto da guerra,
meu corpo é feito para amar.
Este é o convite que tantas vezes faço...
Vem, homem! Põe asas no olhar!
Perde um momento comigo!
Me dá um abraço,
tira a carranca da cara,
inspira o perfume da noite e o meu,
relaxa! Aceita a flor que trago, pois
ela faz parte do que sou, meu amigo!
Deixa o espelho e as medalhas
com tua armadura, de lado,
por algum tempo a te esperar.
Eu, já esperei muito por ti.
Antes de partir,
também preciso do teu olhar!
Acaso viste hoje, esta lua?
Foi ela que me fez assim...
é dela também o ritmo
que em harmonia, pulsa em mim.
Não estás cansado de briga?
Teu peito já traz costurado,
um coração remendado, e agora,
mais esta cicatriz de tuas batalhas.
Não concordas que era chegada hora
de transformar tua motivação?
Decidir tudo, consertar o mundo,
apontar todos os erros, pra quê?
Valerá a pena assim combater?
Deixa estar livre teu coração
e a chama que nele ainda arde.
Vive, homem! e deixa viver!
Só o amor justifica a intenção.
Acorda para o bem da vida,
antes que seja tarde !

Poesia:Vera Alvarenga
Foto: pode ter direitos autorais.Retirada do Google imagens.

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