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domingo, 2 de março de 2014

Quando aquele anjo me vinha....




Havia um anjo em minha vida,
que mesmo de asas partidas
quando vinha pelas manhãs
me visitar, me fazia sorrir e
eu me sentia mais capaz de amar,
e o sol aquecia minh´alma.
E à noite, quando me deitava,
após ter caminhado pelo dia
corajosa e decididamente,
ainda que sem encontrar
tudo aquilo que me movia
antes da tempestade desabar,
mesmo assim, no meu silêncio
em secreta e doce rendição,
fechava os olhos e me deitava
com ele, e o amava naquela hora,
sem medo, sem qualquer restrição.
A sensação de perda ia embora!
O amor de novo me habitava...
Então, em seus braços, dormia,
e a calma embalava o coração...

Foto/poesia: Vera Alvarenga.
Vídeo Sarah Mclachlan


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Por amor ....

  Ah! eu já pedi muitas coisas a Deus, pelos que amo muito, e outras tantas, porém mais raramente, pelos que nem conheço.
  Já pedi proteção à vida, saúde, amor, discernimento para escolherem o melhor caminho, fé, coragem... Quantas vezes pedi que Deus enviasse um anjo da guarda para caminhar lado a lado com meus filhos! Até dignidade eu pedi numa ocasião em que, não sabendo bem porque, meu coração se apertou e eu pensava em minha mãe e pedia a Deus que lhe desse uma morte digna quando chegasse a hora...

  Quando chegava o momento de pedir algo para mim mesma, me sentia pequena, envergonhada, sei lá se Deus vai ter tempo para minhas coisas,com tanta gente com problemas mais sérios que os meus! E então me lembrava das mães que sofrem vendo seus filhos morrerem e pedem em vão e me desanimava : -" Não sou melhor que estas mães, como Ele vai me atender? Estou sendo egoísta. Me viro sozinha."
 Contudo, há algum tempo atrás, me tornei mais consciente dos meus limites e criei coragem de pedir mais ajuda pessoal, percebi que não dava conta sózinha... e pedi que me iluminasse o caminho, me enviasse sinais e me perdoasse por todas as minhas necessidades, inclusive por minha incapacidade de compreender os sinais... Principalmente peço-lhe por algo que aprendi que é o mais fundamental de tudo - que eu possa encontrar com o amor que existe dentro de mim mesma. Quando a gente sente amor a gente confia e, por mais que estejamos conscientes de que o caminho está escuro, é perigoso ou desagradável, o amor em nós é como a luz que brilha e ilumina as folhas das árvores da mata. Olhando para as árvores, dali a pouco já nem as veremos mais como algo escuro e disforme, ou assustador, mas em suas folhas enxergaremos reflexos que brilharão como pequenas jóias e, através dos ramos veremos a luz que nos guia porque é onde queremos chegar. Ela pode ser um sonho, uma pessoa, um lugar, que naquele momento Deus nos envia para que, por nosso amor queiramos prosseguir e por este desejo encontremos nosso caminho. Sei que a luz que vejo não é Deus, mas talvez ele a use para despertar em mim novamente a fé em mim mesma, no outro, na vida, ou em favor da vida de alguém que me é muito caro. De qualquer modo, penso que é o sinal do amor em nós que nos faz seguir, que dá significado ao viver, e o desejo de amar que nos salva do escuro. E talvez eu não precise sofrer para  merecer a atenção de Deus como aprendi quando criança no colégio das freiras, afinal a vida traz momentos bons e ruins. Talvez eu possa apenas ser grata pela felicidade que sinto embora alguém do meu lado não o seja, mas sendo feliz sem culpa, sem tentar carregar o outro, posso dividir com ele, é esta minha crença mais íntima e minha esperança é a de que talvez, a luz que ilumina seja Deus agindo através do amor...
  E, sem nenhum acanhamento, peço a Deus pelos que amo, que lhes permita sentir sempre amor seja pela vida, por um ideal, pela profissão, por um filho/a, por alguém. Assim, poderão ver a luz em seu caminho, que de seu próprio coração reflete num ponto mais à frente... Assim  reencontramos com o melhor de nós mesmos - nossa capacidade de amar. Quando ela morre, morremos nós. Com ela encontraremos talvez tranquilidade para aceitar a vida como ela é, com ela marcaremos o reencontro e reviveremos um amor quase perdido, ou encontraremos talvez com um outro, lá na frente, que pelo tempo que for pode nos dar a mão e caminhar junto por estar na mesma sintonia. Por amor a um ou a muitos seres humanos, estaremos caminhando para a realização de nossa melhor humanidade. Por amor sofremos, por amor vemos a luz, e quando unidos por amor vivemos a verdadeira religião.

Texto e fotos: Vera Alvarenga

terça-feira, 7 de junho de 2011

E um homem... se fez anjo.

 
E um homem... se fez anjo.
Ele estava lá, sozinho, pensando em como continuar, qual seria o próximo passo a dar.
Sentia-se desolado com a própria incapacidade de decidir sobre o rumo de algumas coisas, com sua impotência diante do imprevisível, com a impossibilidade de controlar o bem e o mal, a dor e o medo. O que poderia dizer para dar a ela um pouco de esperança, força ou fé, diante de tão grande desafio? E ela parecia tão pequena...e frágil agora, depois das primeiras, corajosas mas frustradas tentativas em busca da própria cura.
O que poderia fazer para devolver a si próprio e ao seu coração a tranquilidade dos dias que já iam longe no tempo? Aqueles dias se foram para sempre, junto com a juventude e a inocência dos que, sem pressa, pensam que o tempo lhes pertence e permitirá que as alegrias se perpetuem na vida. A vida, agora ameaçada. Não apenas a vida dela mas, igualmente a sua, em conseqüência.
Nada e ninguém era para sempre!
De cabeça baixa, no escuro da noite, deixou que algumas lágrimas rolassem de seus olhos. Sensibilizara-se por ela, mas as lágrimas eram também por sua própria história. Ninguém veria. Ali, sozinho, estava livre para chorar, sentir o assombro diante de sua insignificância. Não tinha tanto poder como imaginara. Não tinha aliás, nenhum poder . Sentiu certo alívio por desarmar de si mesmo a postura de quem nunca perdera o equilíbrio. Sentiu-se um pouco tonto. Sentou-se. Se continuasse de pé, cairia de joelhos, numa humildade que não reconhecia em si.
Respirou fundo. Entregou-se.... não mais ao sofrimento, nem ao desânimo, nem à saudade, apenas à certeza de que não podia controlar tudo. De cabeça baixa, quis orar. Não sabia quais palavras seriam as mais adequadas, então apenas as sentiu. Assim em silêncio, orou a um Deus que nem sabia como era, um Deus só seu, que talvez nem existisse, ou nunca o ouvisse...
Este Deus tinha de ser grande agora. E ele lhe pedia por inspiração. Quem o visse daquela maneira, por aquele ângulo, juraria que neste momento, de suas costas soltavam-se quase transparentes asas, que se abriam.
Após alguns minutos, respirou fundo e levantou-se, como se estivesse mais leve. Uma idéia o animou. Já sabia o que fazer... não podia controlar o presente, nem os fatos, nem o medo dela, nem curá-la, mas podia levar-lhe uma palavra, a idéia de um sonho pelo qual lutar, um sonho que a faria desejar também ter asas, algo para crer em si.
E assim, caminhou ao encontro dela, levando consigo um desejo, uma luz. Se ela não tivesse asas, este desejo certamente a sustentaria, para além de seus limites!

E assim, aquele homem foi em direção da mulher e como um pássaro ou anjo, e sustentado por uma lembrança sentiu-se forte, emprestou-lhe suas asas, porque ela antes, já fizera isto com ele, num dia não muito distante daquele ....

foto retirado do Google images
Texto: Vera Alvarenga  

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Minha adorável companheira!

 Cora nos acompanhou durante muitos anos (14) de nossa vida. Foi uma companheira e tanto!

 Fiz uma poesia em homenagem a ela , que fala do amor que estes nossos cãezinhos tem por nós.
 Estive procurando uma foto em que Cora era tão pequenina e brincava na orelha da nossa pastora alemã Ully. Não encontrei.
 
Aqui estão algumas fotos dela conosco, com meu neto Pedro e sua filha Luana, e com os seus 7 filhotes lindos!!


                                                                                
Esta, ao lado, é a foto do último dia de sua vida.
Ela adorava comer cenoura, mas não gostava da casca ( espertinha!).

" Cora, adorável Companheira"
Foram quatorze anos...
tua vida inteira,
de amor e cumplicidade,
sem enganos,
só alegrias, felicidade.
Não posso jamais esquecer
sua amizade,proteção,
carinhos a oferecer,
brotados do coração.
De todos eu poderia esconder
emoção de tristeza, desalento,
não de teu olhar atento!
Fomos companheiras
e em tantos momentos
caminhamos juntas,
amigas verdadeiras!
Guardo em minha lembrança
tantas vezes que senti
de ti, a presença,
do toque macio em teu pêlo,
dos olhinhos postos em mim,
cheios de amor e zêlo!
Nem parecias um cão,
mas anjo a conviver comigo!
Minha dourada amiguinha,
guardo-te em meu coração. "


Ela morou conosco em São Paulo, na cobertura próximo à Av. Morumbi.
Depois mudou-se conosco para Florianópolis na casa que alugamos. Ficava ao meu lado enquanto eu trabalhava na cerâmica. Adorava pular as ondas!
E finalmente mudou-se para a casa que compramos
no gostoso Condomínio "Atlântico Sul", na praia dos
Ingleses,quando vendemos o aptº em S.Paulo.
   Era uma cocker dourada linda, inteligente e obediente.
Exímia caçadora. Dava o alarme quando aparecia algum animal em casa e queria caça-los: gambás, lagartos, e até por duas vezes um camundongo.
Companheira e dócil, apesar de independente! Uma
cachorrinha muito especial, que meu filho dizia que parecia gente, pois compreendia quando estávamos felizes, quando fiquei triste pela doença de minha mãe e quando falávamos com ela, baixinho e ela nos olhava piscando os olhinhos para mostrar que compreendia! (rs......). Foi ótimo ter sua companhia por tanto tempo!

Texto,poesia e fotos: Vera Alvarenga

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