sábado, 24 de setembro de 2011

O amor na maturidade...

Tenho escrito sobre o apaixonar-se na idade madura, como isto pode parecer para alguns e para a própria pessoa algo inapropriado. Com minha mãe não foi...e ela apaixonou-se aos 70 anos... foi lindo! Contudo,  escolheu ficar sozinha por medo de enfrentar alguns contratempos familiares e por apegar-se às prerrogativas de sua individualidade, assim como, preservar o orgulho de sua liberdade. Foi uma escolha. Pelo que pude acompanhar, penso que no final das contas, não ficou satisfeita com a solidão de sua escolha.
 E tudo que se sonha quando se está apaixonado após a meia idade, e o que se sente, de tão bonito e vigoroso assusta, porque parece não caber mais no tempo. Não combina absolutamente com a aparência da imagem no espelho, pois o amor está na alma, é ela que ama e rejuvenesce o corpo, embora não possa fazê-lo como a pessoa apaixonada gostaria.
Pois é claro que, se ela quer amar, gostaria também de poder oferecer ao amado, o melhor de si, inclusive na aparência. É assim que penso.
Hoje recebi de minha amiga Atena, um lindo pps. com texto de Rubem Alves - uma pérola - que gostaria de colocar aqui no blog. para também compartilhá-lo,mas não sei como: " e os velhos se apaixonarão de novo".
É realmente de uma sensibilidade incrível e conta verdades de sentimento.
Claro está que nem todos os "velhos apaixonados" tem a sorte e o destino a seu favor. Há também aqueles que forçosamente precisarão reconhecer não ser o seu momento. Ou os que compreendem que o/a  outro/a, tão bonito/a, inteligente ( os apaixonados quase sempre acham o outro mais bonito que a si mesmos),  certamente terá para companheira/o outra pessoa, quando chegar a hora. Se for assim, é assim que deve ser. Sim, e também porque a vida contém ainda "faróis quebrados"- aqueles sinais que a gente não compreende que não estavam abertos para nós, embora pudessem parecer que sim. Nem tudo é possível, não basta sonhar e lidar com frustrações é necessário, mas quando acontece entre dois, como neste pps., então é porque realmente vale a pena!
Desejo às pessoas que se sentem sozinhas após a meia idade, que o universo todo conspire a seu favor e que se decidam por encontrar seus pares, e possam vivenciar pelo resto de seu tempo uma vida de realização em grande ternura e companheirismo. Realmente creio que é o amor, que nos faz melhores e ele sim, nos faz verdadeiramente independentes e livres para uma vida própria, que vale a pena, sem precisarmos ficar girando em volta de familiares, amigos ou objetos que são fundamentais para nossa alegria, mas que tem seu próprio e diferente ritmo a ser vivido!
Que não desistamos de encontrar este amor companheiro e cúmplice  e que procuremos vivê-lo com nossos pares escolhidos, para que nossa vida possa ter significado, alegria e plenitude. Enquanto a chama do amor puder arder em nosso coração para aquecê-lo e deixar que o brilho de sua existência em nós, seja notado em nosso olhar, ensinaremos em silêncio aos jovens os valores pelos quais vale a pena viver.
  Aqui, um vídeo que encontrei com o mesmo texto do pps. que recebi da Atena. Obrigada amiga, pelo belíssimo pps, que me emocionou demais. Não são as mesmas belas imagens do pps. mas o texto é o mesmo,e espero que gostem.

E para complementar, mais este:

Texto Vera Alvarenga. Vídeo do youtube.



   


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sem limites...

Sou pessoa modesta,
tenho costumeira humildade,
mas meus sonhos, hoje, não!
Ah! Neles tudo posso!
Neles, não sou pequena,
tenho o tamanho do amor
que cabe em meu coração.
Tudo, porque o sentimento
é livre para ser o que é.
Neles, não sou feita apenas
com um velho corpo de mulher.
Invisível, sou pássaro, sou asas,
para sonhar o que quiser.
Nos meus sonhos, não me falta o ar,
não tenho corpo, só consciência,
liberta dos limites que conheci,
não sou prisioneira da aparência.
Posso abraçar,quem me abraçou
quando precisei. Minha alma,
então, de tão feliz, sabe perdoar.
Posso amar, sem vergonha,
posso crer sem pudor,sem medo.
Porque vejo no olhar, o sorriso
e a paz que tanto desejei ver.
São os meus sonhos, tão sem limites,
que me encabularia de confessar.
Por isto, guardo em segredo.
Neles, não tenho idade, e
tenho tantas cores e sou tão bonita,
que me torno leve e vivo de amor.
Só neles, flutuo de novo, no azul infinito,
e minhas asas se tornam imensas
e, como sou livre, me fazem capaz
dos meus gestos mais bonitos, e
de gentilmente, hoje, te abraçar
e com a ternura de um sonho, te levar
comigo, a um doce momento de paz.

Poema e foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Asas escondidas...

Primavera começando.
Pássaros alegres no meu terraço.
Eu, cabeça cansada, mente preocupada, motivo nenhum para reclamar, e nem para emocionar a que, em mim, esconde asas há algum tempo já.
Então peguei máquina fotográfica e fui, seguindo o instinto, de encontro aos que tem asas pra voar.
Logo que cheguei, por sorte ninguém ali, a não ser eu e eles. Fiquei calada, pois é assim que me encontro. E um sabiá se aproximou. Sem medo, talvez porque me reconheça,de algum modo.

 Fiquei quieta, observando, no silêncio.
 Me senti em paz. Tão lindas asas. Tão lindos pássaros cuja única preocupação é agora fazerem seus ninhos e se acasalar.
Tantas cores ali surgindo no meio das folhas, e escondendo-se nos galhos da amoreira...quando entrava mais alguém.
Então eu o vi! mas fiz que não. Por pouco tempo, pois logo me rendi à minha adoração inconsciente, inconsequente, inconsistente, irremediável, inconcebível, torturante, apaixonante...
Que lindo! " Empresta-me tuas asas! ou me lembra das minhas, quero voar contigo!"  Pensei.
 Quando outras pessoas entraram fazendo barulho, todos eles alvoroçados se escondiam no meio das árvores. Quando voltei a ficar sozinha, e quieta, ele se aproximou.
 Chegou bem perto. Não sei o que acontece comigo, não consegui calar-me! Docemente o chamei e falei com ele... e ele parecia me ouvir.
 Não! certamente é a saudade inconsciente que sinto daquele outro que antes vinha à minha janela, que me faz imaginar que este, de algum modo, me reconhece.

Ele se aproximou mais, só para brincar comigo, talvez, só para me mostrar que a gente não sabe mesmo o que é razoável esperar de seres alados.
Então, olhou sério, bem nos meus olhos e acho que resolveu me dar uma chance...rs....

Eu estava encantada, enfeitiçada, tremia um pouco de emoção. Algumas fotos ficaram tremidas.
O que mais ele iria fazer agora?





Deu-me as costas para mostrar-me o quanto confiava em mim.
Chamou os amigos, que, para espanto meu, vieram!








Logo eram 3, bem ali na minha frente.

E eu falei com eles.

Depois se foram. Eu estava ternamente agradecida por aquele contato, embora isto tenha me feito lembrar do outro. Mas sorri.

Me despedi dele. Alguém mais entrou. Ele se foi, passando antes, bem perto de mim, tão perto, como se pudéssemos ter nos tocado, se quiséssemos.

Fotos e crônica fotográfica: Vera Alvarenga


domingo, 18 de setembro de 2011

Portas abertas...

  Tive um canário em Bragança Paulista.
Seu nome? Cris. Meus 3 filhos eram pequeninos e, depois que eles dormiam, nas noites em que eu estava sozinha, pegava o violão e cantava um pouco ou compunha canções.
 Meu marido chegava tarde. Cris me fazia companhia, cantava junto comigo. Era lindo!
 Depois tive um papagaio, que tinha uma correntinha que lhe dava liberdade relativa. Diziam que era assim que tinha de ser. Com relutância, acreditei. Num domingo,voltando de um passeio o encontrei morto. Um gato o atacou. Ele não pôde fugir.
Quando mudamos de lá para São Paulo, não pude trazer o Cris. No carro já vinha uma pastora alemã, um pastor filhote, 3 crianças, uma garota de 14 anos que morava conosco, malas, e eu, morta de medo por ter de dirigir à noite sozinha na estrada, pois meu marido havia ficado para acompanhar a mudança no dia seguinte.Meses depois soube que o canário parou de cantar e morreu.
  Eu, que já não gostava de gaiolas, nunca mais quis ter em casa pássaros presos. Aliás, não gosto de prender ninguém, mesmo que o queira perto de mim.
  
Hoje, há uma gaiola em casa, mas as portas estão sempre abertas...
 Aliás, eu tenho até um problema quanto a isto... quando penso que alguém perdeu a espontaneidade e parece estar se sentindo preso a mim, de alguma forma, com raras exceções, me afasto.
  Ou quando penso que vou perder algo, acabo me desligando ou tentando não me apegar.
  Ser humano é esquisito...a gente perde com medo de perder! Deseja não se apegar, quando percebe que já gosta muito! ..rs...........
Texto e fotos: Vera Alvarenga

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Qual a cor da Primavera?


Qual será a cor da Primavera?
Para mim, será amarela,
a cor do raio de sol,
entrando cálido pela janela...








...mas, terá também o rosa
aquele dos relacionamentos,
nos quais quero a ternura
a encantar meus momentos...









O azul claro do céu,
e do mar, o azul profundo
do sentimento eterno
que resgata a dor do mundo...







Vermelho,como deixá-la de lado?
é a cor quente da paixão!
Eu, pela vida, uma apaixonada
sempre a tenho no coração...








Roxo ou lilás
adoro estas cores e,
em todos os tons,
quero-as nas flores...








 Laranja, alegre e belo,
 chama logo a atenção,
 atrai todos os olhares,
 agrada até mesmo a razão
 que parece fria, mas
 é amiga da emoção.






O branco imaculado,
disponível ao bem e ao pecado,
ao prazer, dor e amor,
como uma tela virgem
à espera de seu pintor,
que com sua intuição
pintará o que viu, seu coração.
Quero-as todas,
cada uma a seu tempo
ou pelo acaso misturadas,
colorindo minha vida
com surpresas inesperadas!


Fotos e poema: Vera Alvarenga



sábado, 3 de setembro de 2011

Aconchego e carinho...



Se você quiser
apoio e aconchego,
um pouco de carinho,
se somos amigos,
eu posso lhe dar...
Não estamos sózinhos!





 



Mesmo estando longe,
do outro lado do mundo,
lhe envio um abraço
que parece um laço e
aquece por um segundo,
mas é fácil desatar...





 

  Por isto, não se acanhe,
  um dia precisarei também,
  e quando a gente quer bem
  quer ficar perto,saber novidades...
  sente saudades, um precisa do outro...
  Assim entendo uma grande amizade.

Texto e fotos: Vera Alvarenga

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amigos...




Se você tem guardada
uma lágrima dentro do peito
quando quiser, vem me falar,





             


escutarei, conversaremos,
choraremos juntos, se precisar...











e as lágrimas irão para o leito
daquele rio que corre para o mar....






Poema e fotos: Vera Alvarenga

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